O podcast Machente Esportiva retorna após um hiato de quatro meses, apresentando uma entrevista importante com Fernando, responsável pela formação de SAFs (Sociedade Anônima do Futebol) no futebol brasileiro.
O canal é declaradamente favorável ao modelo de SAF, destacando a relevância da entrevista para entender o processo de implementação no Uberlândia Esporte Clube.
Sobre a Pluri e o Trabalho com SAFs:
Fernando, economista e fundador da Pluri, explica que a empresa atua na estruturação financeira de clubes desde 2011, com clientes majoritariamente da Série A brasileira.
A Pluri auxilia no processo completo de venda de clubes, desde a preparação até o fechamento, destacando a complexidade e demora dessas operações (exemplo: Botafogo-PB levou 16 meses para ser concluída).

SAF do Uberlândia:
O contato com o Uberlândia surgiu através de Sérgio Santos Rodrigues, ex-presidente do Cruzeiro e admirador do clube. A negociação avançou com o presidente Jânio e o conselho deliberativo.
O Uberlândia busca investidores para a SAF, mantendo 10% do clube (a associação) e transferindo 90% para os investidores. O patrimônio imobiliário (como o CT) não está incluso na venda, apenas concedido via contrato de uso.

Vantagens da SAF:
Atração de Investidores: Modelo empresarial permite captar recursos via venda de participação ou instrumentos financeiros (ex: debêntures).
Profissionalização: Contratação de especialistas e estruturação moderna, diferentemente do modelo associativo, que depende de voluntários.
Ciclo Virtuoso: Investimento inicial em elenco e estrutura gera melhores resultados esportivos, aumentando receitas (patrocínios, bilheteria, etc.).
Desafios e Preocupações:
Tempo de Processo: A SAF demanda meses para ser finalizada, incluindo due diligence (análise financeira) e contratos.
Transparência: Torcedores e conselheiros questionam a falta de detalhes sobre o contrato, como cláusulas de confidencialidade e identidade dos investidores. Fernando ressalta que, após aprovação do conselho, os investidores se apresentarão publicamente.
Riscos: Investidores podem sair ou vender a participação, mas a associação mantém controle sobre patrimônio simbólico (cores, hino) e pode retomar o clube em caso de falência da SAF.
Valoração do Clube:
A Pluri utiliza modelagem financeira complexa, projetando receitas (como direitos de transmissão e venda de jogadores) e custos (folha salarial, estrutura) em cenários de ascensão ou queda nas divisões. O valor final considera o potencial de crescimento e riscos.
Exemplos de SAFs:
Casos de Sucesso: Botafogo-PB e Cruzeiro (mesmo com gestão questionável, melhoraram financeiramente).
Fracassos: Vasco (ainda problemático, mas em situação melhor que na associação).
Encerramento:
Fernando expressa otimismo com o Uberlândia, destacando a postura proativa do clube. O podcast encerra com o compromisso de trazer mais informações sobre a SAF e o futebol amador local.
Pontos-Chave:
A SAF é vista como solução para clubes com dificuldades financeiras, mas exige paciência e transparência.
O Uberlândia busca um investidor que invista pesadamente no futebol para subir à Série C e consolidar-se no cenário nacional.
O modelo garante à associação 10% dos lucros e proteção do patrimônio histórico, enquanto os investidores assumem riscos financeiros.




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