A Liga Uberlandense de Futebol (LUF) ingressou com uma ação na Justiça pedindo a anulação de uma permuta milionária que envolveu sua sede histórica em Uberlândia (MG). O caso, que tramita na 6ª Vara Cível da Comarca de Uberlândia sob o número 5023340-05.2025.8.13.0702, gira em torno de uma troca de imóveis avaliada em mais de R$ 60 milhões, e levanta suspeitas de lesão ao patrimônio público, falsificação de documentos e ausência de autorização legal.

Segundo a LUF, a permuta foi firmada com a empresa Fazenda Capim Branco I Ltda., envolvendo um imóvel urbano de cerca de 31 mil m², avaliado em R$ 79,6 milhões, por um imóvel rural de 9,8 hectares, avaliado em apenas R$ 11,7 milhões. A diferença de valores, segundo a entidade esportiva, ultrapassa os R$ 50 milhões.

Embora os contratos previssem que a empresa construiria um novo complexo esportivo e uma sede para a LUF, orçados em R$ 15 milhões, a escritura pública definitiva, registrada em 2023, não incluiu essa obrigação. A Liga alega ainda que a alienação foi feita sem autorização válida da assembleia de clubes filiados, com supostas falsificações de assinaturas em atas utilizadas para dar aparência de legalidade à negociação.

Outro ponto levantado na ação é o fato de o imóvel urbano ter sido originalmente doado pela Prefeitura de Uberlândia com cláusulas de inalienabilidade e destinação específica à prática do esporte amador, o que poderia tornar a operação ilegal.

A ação pede a nulidade da permuta, a suspensão imediata do processo arbitral iniciado pela empresa com base no contrato, e a manutenção do imóvel em nome da LUF até o julgamento final do caso. Ainda no processo, a Liga também ressalta que o ex-presidente da entidade, Renato Batista, responsável por assinar os contratos, está sendo investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) em operação contra organização criminosa.

O processo pode ser consultado pelo público no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio do número 5023340-05.2025.8.13.0702.