Diante da proposta de transformação do Uberlândia Esporte Clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o debate tomou conta dos bastidores do Verdão e chegou às arquibancadas. O Manchete Esportiva procurou os presidentes das duas principais torcidas organizadas do clube – Uberloucos e Inferno Verde – para entender qual o posicionamento das organizadas sobre essa mudança estrutural que promete reconfigurar o futuro do futebol brasileiro e, mais especificamente, do nosso UEC.

O canal Manchete Esportiva já se posicionou publicamente a favor da SAF, assim como boa parte da torcida comum, entendendo que a profissionalização da gestão por meio de um grupo investidor é a única saída viável para uma transformação real e duradoura dentro do clube. No entanto, a voz das organizadas tem um peso importante e merece destaque.
UBERLOUCOS: APOIO TOTAL COM RESSALVAS
A torcida Uberloucos, uma das mais antigas e tradicionais do clube, se posicionou de forma totalmente favorável à implantação da SAF, desde que haja preservação do patrimônio do clube e total transparência no processo. O presidente da torcida, Edivaldo Reis, mais conhecido como Cebola, falou abertamente sobre o tema:
“Somos a favor da SAF, sempre fomos pensando em um futuro e a retirada da velha guarda. Do jeito que o Uberlândia Esporte Clube está, não pode ficar. Resguardando todos os bens do clube e querendo transparência no processo de implementação e atuação do grupo gestor. Pois transparência é o que traz seriedade ao trabalho perante ao seu público.”
Para a Uberloucos, a necessidade de mudança é urgente e inadiável, desde que feita com responsabilidade, seriedade e respeito à história do Verdão.
INFERNO VERDE: ANÁLISE CAUTELOSA, MAS ABERTURA AO DIÁLOGO
Já a torcida Inferno Verde, representada pelo presidente Flaviano, ainda não cravou um posicionamento definitivo sobre a proposta, mas reconhece que a transformação em SAF é um movimento inevitável para a maioria dos clubes brasileiros, inclusive o Uberlândia. Flaviano adotou um tom mais analítico e ponderado:
“A SAF está batendo à porta do Uberlândia Esporte Clube e acredito que, assim como em 90% dos clubes do Brasil, é um caminho inevitável. A torcida será a favor, desde que seja algo organizado e benéfico para a instituição, que já enfrentou muitos problemas administrativos. Surgiram notícias de um possível investidor com bom currículo, que já passou por dois clubes mineiros e levou um deles da base até a Série B. Isso demonstra competência, mas não podemos entregar o clube nas mãos de qualquer um. É fundamental analisar com responsabilidade o contrato, seus prós e contras. Se for bom para o Uberlândia, será bom para a cidade e para a torcida também.”
Flaviano ainda mencionou o nome do possível investidor Fábio Mineiro, reconhecendo seu histórico positivo no futebol mineiro. A Inferno Verde deixa claro que, se a proposta apresentada for sólida, transparente e vantajosa para o clube, contará sim com o apoio da torcida.
A VOZ DO TORCEDOR COMUM
Além das organizadas, o Manchete Esportiva também ouviu um torcedor comum, que não faz parte de nenhuma torcida organizada. O uberlandense Ronan Neto foi enfático em seu depoimento:
“O UEC tem histórico de alas opostas que se unem só para manter o poder e depois racham. Quem perde é o clube. Ainda perseguem quem pensa diferente.”
O debate está lançado. A SAF pode ser o ponto de virada que o Uberlândia precisa, mas a condução precisa ser feita com responsabilidade, seriedade e, principalmente, ouvindo quem sempre esteve com o clube: a torcida.




Deixe um comentário