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Let it go

Por Hugo Roberto

O que está acontecendo no Uberlândia Esporte Clube hoje não é apenas uma crise — é o reflexo de anos de má gestão, de presidentes que, com raras exceções, não tinham preparo nenhum pra comandar um clube da grandeza do Verdão. A cidade cansou. O empresariado cansou. A credibilidade foi embora, e com ela os patrocínios e o apoio que o clube tanto precisa pra se manter vivo.

Agora aparece a possibilidade de SAF, com o empresário Fábio Mineiro, ex-Athletic, que vendeu sua parte lá e quer investir no Uberlândia. E por que só agora a diretoria está aceitando essa proposta? Simples: porque não tem outro caminho. A verdade nua e crua é essa — não tem mais como terminar o mandato. Não tem mais onde buscar dinheiro. Se não for agora, o Uberlândia corre sério risco de desaparecer. E isso não é exagero.

A Manchete Esportiva, com sua cobertura séria e transparente (coisa rara no futebol brasileiro), tem mostrado tudo. E na última matéria, ao ouvir figuras históricas do clube, ficou claro um ponto: tem gente que ama o Uberlândia — mas é aquele amor que só serve pra sugar. Gente que passou por lá, que teve seu nome atrelado, que ganhou seu salário, e que hoje, ao invés de torcer pela salvação do clube, torce contra qualquer mudança que não envolva eles no comando.

Sabe aquele tipo de amor possessivo? Que não aceita ver o outro bem se não for ao lado dele? Pois é… eu chamo isso de Síndrome do Marido Traído. Porém quem realmente foi traído durante anos por essas diretorias foi o Uberlandia , por esses “amores” que diziam cuidar, mas só pensavam no próprio bolso, no próprio nome, no status. Agora que o clube pode respirar por conta própria com a SAF, esses “ex-maridos” não querem ver ele feliz sem eles. Preferem ver o clube falir do que deixá-lo seguir em frente.

Hugo Roberto – Vice Presidente da LUF e Torcedor do Verdão

É importante dizer: essa SAF pode até nao ser perfeita. Talvez nenhuma seja. Mas é o único caminho viável hoje. Fala-se que a SAF vai tomar conta de 90%, deixando 10% com a associação — ou seja, o Uberlândia ainda terá voz. Mas, mais importante que isso, terá vida.

Agora é a hora do associado decidir. Ou seguimos nessa mesmice, ouvindo sempre os mesmos nomes que afundaram o clube, ou damos uma chance real de reconstrução. Porque se não for agora, vai ser nunca.

O Uberlândia precisa viver. Precisa respirar. E quem ama de verdade o Verdão, torce pela sua recuperação — mesmo que não seja no seu comando.
Esse trecho sintetiza o dilema atual: ou o clube se reinventa com a SAF, ou corre o risco real de desaparecer.

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