Durante muito tempo, o torcedor do Uberlândia Esporte Clube foi levado ao silêncio.
A cada temporada, a descrença aumentava — em campo, fora dele, nos bastidores.
Fomos desacreditando, pouco a pouco.
Nos roubaram os gols, a identidade, o orgulho.
Nos tiraram até o direito de sonhar.

Quantos de nós desistimos? Quantos jogaram a toalha?
A falta de perspectiva fez do futuro um lugar proibido.
Não havia mais plano, nem projeto.
O UEC era passado e presente — nunca futuro.
Exceto por raríssimos momentos em que parecia que algo ia andar.
Um lampejo aqui, uma promessa ali.
Às vezes surgia alguém diferente, com ideias novas —
mas forças ocultas davam um jeito de minar o trabalho.
E tudo voltava à estaca zero.
Só os mais fanáticos insistiam, mesmo no escuro.
Hoje, algo diferente acontece: o torcedor comum voltou a acreditar.

Nas últimas semanas, com a iminente transformação do clube em SAF,
o que era silêncio virou conversa,
o que era desistência virou curiosidade,
e o que era cinza, voltou a ter cor.

A SAF ainda não foi aprovada oficialmente.
Mas a simples possibilidade, cada vez mais concreta,
já nos devolveu algo valioso demais para ser ignorado: a esperança.

Torcedores voltaram a vestir a camisa com brilho no olhar.
Voltaram a imaginar o UEC disputando, crescendo, sonhando.

A iminente chegada da SAF é só o começo.
Mas mesmo antes de ser oficializada,
ela já começou a fazer efeito —
no sentimento, na energia, na alma do torcedor.

Porque quando a gente volta a sonhar,
o clube volta a viver.

Deixe um comentário