O Uberlândia Esporte Clube parece ter abraçado de vez a instabilidade como filosofia. Com a chegada de Cícero Júnior, o clube atinge a marca de quatro treinadores em apenas seis meses de temporada — retrato fiel da ausência de planejamento e de um projeto esportivo coerente para 2025.

Tudo começou em 2024, com Paulo Roberto Santos, anunciado em 15 de outubro para comandar o time no Mineiro e na Série D. Ficou pouco mais de três meses e saiu no fim de janeiro. Marcelo Caranhato assumiu em 1º de fevereiro, tentando dar identidade ao time, mas caiu em 4 de maio após sequência ruim na Série D.

Na tentativa desesperada de salvar o ano, o Verdão trouxe Alexandre Lopes. A apresentação foi no CT Ninho do Periquito. Um detalhe escancarava a desorganização: o departamento de futebol só descobriu após a assinatura do contrato que o treinador estava suspenso e não poderia comandar o time à beira do campo nas quatro primeiras partidas. Lopes foi demitido em 16 de junho, com o time ainda jogando um futebol desequilibrado, mal treinado e sem padrão de jogo.

Agora, a missão recai sobre Cícero Júnior. Esse vaivém constante gera insegurança no elenco e prejuízo financeiro com rescisões e multas. O clube cava um buraco cada vez mais fundo.

Trocar técnico virou resposta automática para o fracasso. O problema é estrutural. O Verdão insiste em montar elenco e comissão sem critério, sem visão de longo prazo e, pior, sem comando.

Às vésperas da votação da SAF, circula nos bastidores que a escolha de Cícero teria o dedo de Fábio Mineiro. Mas quem conhece o estilo do diretor sabe: o treinador não joga como ele gosta. Se quiser se manter no cargo, Cícero terá que mudar seu perfil.

Mais um motivo para defender a SAF. Sem profissionalismo, o Verdão continuará tropeçando nos próprios erros.

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