Revelar jogadores não é apenas uma forma de orgulho para o torcedor — é, muitas vezes, a chave para transformar a realidade de um clube. O exemplo do Mirassol deixa isso claro. A venda de Luiz Araújo, revelado na base do Leão, gerou milhões em receita e permitiu que o clube investisse pesado na construção de um Centro de Treinamento moderno. Esse investimento criou uma estrutura de alto nível, atraiu novos talentos e ajudou o Mirassol a subir, em poucos anos, da Série D para a elite do futebol brasileiro.

O segredo está no ciclo virtuoso: revelar, vender, reinvestir e fortalecer a base. Quando um atleta formado no clube alcança sucesso, os benefícios são técnicos, financeiros e institucionais. Técnicos, porque o jogador, antes de ser negociado, pode ajudar dentro de campo. Financeiros, porque a negociação de atletas, especialmente mantendo parte dos direitos econômicos, pode render cifras capazes de mudar a estrutura do time. E institucionais, porque reforça a imagem do clube como formador, atraindo jovens promissores e patrocinadores.

Para o Uberlândia, agora sob gestão da SAF, essa deve ser uma meta clara. Não basta apenas contratar para o presente — é preciso investir no futuro. Estruturar categorias de base sólidas, contratar profissionais capacitados, oferecer infraestrutura de primeira linha e criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento do atleta.

Se o Verdão souber seguir esse caminho, poderá colher frutos duradouros. A receita de sucesso está aí: formar talentos que possam brilhar no time principal, gerar grandes negociações e reinvestir em estrutura. É assim que se constrói um clube forte, sustentável e competitivo. O Mirassol provou que funciona — agora é a vez do Uberlândia escrever a sua própria história de transformação.

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